Trabalho realizado por Inês Silva Machado, Nº16, 12º A, 2010/11
Prof. João Morais
A vida do Homem tem-se baseado numa luta permanente, numa tentativa de alcançar a utopia, com uma ânsia de encontrar um estado ideal e imaginário de um governo, de uma sociedade, de uma filosofia, de uma realidade. Assim, a concepção de perfeição da condição humana é atingida quando o Homem, com o progresso da ciência e da tecnologia, consegue criar um ser geneticamente perfeito, em equilíbrio com o meio ambiente e com os que o rodeiam. É uma utopia inacessível mas constantemente desejada.
A invasão de doenças e outros agentes patogénicos na vida condiciona o ser humano em muitos aspectos e, por isso, alguns ramos da Biologia e da Química têm-se esforçado para encontrar fórmulas e métodos que corrijam essas imperfeições. A fabricação de insulina em laboratório, aplicada em indivíduos com a diabetes, por exemplo, garante que estes tenham os níveis de açúcar dentro da normalidade assegurando-lhes, assim, conforto e a possibilidade de criarem uma vida sem impedimentos. Apesar dos progressos feitos, essencialmente, no último meio século, tanto neste caso como noutros (mais complicados), a imprevisibilidade do organismo animal e as agressões ambientais limitam a busca de um corpo e de uma mente sem distúrbios e em sintonia com o exterior.
Além do auxílio das investigações bioquímicas na procura de segurança do Homem, a Medicina contribui bastante para a cura de várias más formações, quer sejam estas inatas ou adquiridas (acidentes, por exemplo). É, também, na Medicina que os pontos frágeis do nosso corpo se transformam em pontos fortes, ou pelo menos, razoáveis. A implantação de próteses em indivíduos sem um membro ou a recuperação da visão noutros que eram desprovidos desta têm consequências muito positivas para a nossa espécie contornando alguns problemas, entre eles os motores. Estes métodos não são mecanismos evolutivos (nem nada que se assemelhe), mas conferem-nos uma qualidade de vida aceitável tornando-os mais eficientes e qualificados no desempenho das suas tarefas. Contudo, em casos em que haja implicação do ADN, a intervenção da Medicina é mais complicada havendo situações de complexidade, tanta que não é possível detectar e suprimir as imperfeições.
É, de facto, na Epigenética que se centra a questão de impossibilidade de alcance da perfeição. A Epigenética defende que a actividade de qualquer indivíduo é influenciada, sobretudo, pelo ambiente e não pelo que está inscrito nas células. Deste modo, é aceitável que uma alteração no meio, espontânea e imprevisível, cause distúrbios num Homem que, em conjunto com a ciência, estava a ser melhorado para corrigir as falhas de um ambiente anterior. A modificação na Natureza coloca interferências ao nível dos instrumentos utilizados que se tornam incapazes face às novas mudanças e do Homem que se situa menos adaptado, sendo necessário criar, novamente, caminhos a fim de o homem se aproximar do equilíbrio que o rodeia. Quando este está prestes a combater as adversidades do exterior, é possível que surja uma nova alteração que condicione a actividade do Homem cientista.
Em suma, o trabalho de cientistas e outros profissionais contribui em muito para uma melhoria da qualidade de vida e para a construção de um Homem mais rentável. É neles que se sustenta o aumento da esperança média de vida e é neles que reside a expectativa de uma sociedade melhor e mais evoluída. No entanto, a espontaneidade da Natureza e do Homem cria obstáculos que não são fáceis de ultrapassar nunca sendo possível chegar-se a um ideal – a uma visão utópica da raça humana.
Fevereiro de 2011
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