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Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


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(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


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A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


quinta-feira, 4 de março de 2010

Biografia de Luís de Camões (1524-1580)




Luís de Camões
(c.1524 - 10 de Junho de 1580)


Nome conhecido de todos os falantes da língua portuguesa, Luís Vaz de Camões, provavelmente oriundo da pequena nobreza com raízes galegas, terá nascido em Lisboa por volta de 1524/1525, filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá e Macedo. Por via do pai, seria trineto do trovador galego Vasco Pires de Camões e por via da mãe aparentado com o navegador Vasco da Gama. Reclamado por muitas terras como o seu filho nativo, consta que, sob a protecção do seu tio paterno, D. Bento de Camões, frade de Santa Cruz e chanceler da Universidade de Coimbra, estudou Literatura e Filosofia nessa cidade. Trocou os estudos pelo ambiente da corte de D. João III, viveu em Lisboa, entre 1542 e 1545,conquistando fama de poeta e feitio altivo.

Do pouco que se conhece da sua vida, fica-se a saber que era repleta de infortúnios e aventuras. Foi desterrado várias vezes, sendo uma, como soldado, para Ceuta, em 1549 onde perdeu o olho direito em combate. Entre 1547 e 1550 foi obrigado a desterrar-se em Constância, por ofensas a uma dama da corte.
Regressou a Lisboa em 1551 retomando a vida boémia. São-lhe atribuídos vários amores, não só por damas da corte mas até pela própria irmã do Rei D. Manuel I.
No ano seguinte, na sequência de uma rixa em que feriu um funcionário da Cavalariça Real, foi preso e conduzido para a cadeia do Tronco.
O Oriente
Índia (Goa)


Nove meses depois obteve perdão do agredido e do rei: " é um mancebo e pobre e me vai este ano servir à Índia". Nesse mesmo ano desembarcou para a Índia, deixando para trás Lisboa, que já se desencantou.

Contudo também ficou decepcionado com a Índia, e de Goa que considerou a cidade como uma "madrasta de todos os homens honestos", fez a seguinte descrição:

Cá nesta Babilónia, donde mana
Matéria a quanto mal o mundo cria;
Cá donde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais, tudo profana;
Cá, onde o mal se afina e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia
Cuida que um nome vão a desengana;
Cá, neste labirinto, onde a nobreza,
Com esforço e saber pedindo vão
Às portas da cobiça e da vileza;
Cá neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!

De acordo com alguns estudiosos, terá começado ali a escrever Os Lusíadas ao mesmo tempo que estudava os costumes de cristãos e hindus, e a geografia e a história locais. Tomou parte em mais expedições militares. Numa das várias expedições militares em que participou, no Cabo Guardafui, em 1554, escreveu o que é considerado uma das mais belas canções:

Junto de um seco, fero e estéril monte,
inútil e despido, calvo, informe,
da natureza em tudo aborrecido;
onde nem ave voa, ou fera dorme,
nem rio claro corre, ou ferve fonte,
nem verde ramo faz doce ruído;
cujo nome, do vulgo introduzido
é felix, por antífrase, infelice;
o qual a Natureza
situou junto à parte
onde um braço de mar alto reparte
Abássia, da arábica aspereza,
onde fundada já foi Berenice,
ficando a parte donde
o sol que nele ferve se lhe esconde;
nele aparece o Cabo com que a costa
africana, que vem do Austro correndo,
limite faz, Arómata chamado (…)
Macau
Em Macau, no ano de 1556, exerceu o cargo de "provedor-mor dos defuntos nas partes da China", e diz a tradição que escreveu, na gruta hoje reconhecida pelo seu nome, mais seis Cantos do famoso poema épico.
Índia, ...

Na viagem de regresso a Goa, antes de Agosto de 1560, naufragou na foz do Rio Mekong, e ao que parece, conseguiu salvar o manuscrito de Os Lusíadas, facto descrito no Canto X, 128. No desastre teria morrido a sua companheira chinesa Dinamene, celebrada em série de sonetos. É possível que datem igualmente dessa época ou tenham nascido dessa dolorosa experiência as redondilhas "Sôbolos rios".

De regresso ao reino, em 1568 fez escala na ilha de Moçambique, onde, passados dois anos, Diogo do Couto o encontrou, como relata na sua obra, acrescentando que o poeta estava "tão pobre que vivia de ami- gos". Trabalhava então na revisão de Os Lusíadas e na composição de "um Parnaso de Luís de Camões, com poesia, filosofia e outras ciências", obra roubada. Diogo do Couto pagou-lhe o resto da viagem até Lisboa, onde Camões aportou em Abril de 1570, na nau Santa Clara : "Em Cascais, as naus fundeadas esperavam que Diogo do Couto voltasse de Almeirim, onde fora solicitar de el-rei a sua entrada no Tejo, porque Lisboa estava fechada com a peste. Logo que a ordem veio, a Santa Clara"" entrou a barra."
Regresso a Lisboa

Cerca de dezasseis anos após ter se desterrado, Luís de Camões, em 1569/1570, regressou a Lisboa na nau Santa Clara. Pelo facto de se encontrar na miséria, teve que ser os seus amigos a pagar as suas dívidas e comprar-lhe o passaporte. Só três anos mais tarde conseguiu obter a publicação da primeira edição de Os Lusíadas, que lhe valeu de D. Sebastião, a quem era dedicado, uma tença anual de 15 000 réis pelo prazo de três anos e renovado pela última vez em 1582 a favor de sua mãe, que lhe sobreviveu.

Ao que consta, Camões viveu os seus últimos anos perseguido pela doença e pela miséria. Diz-se que foi graças à dedicação de um escravo Jau, trazido da Índia, que não morreu de fome; este ia de noite, sem o poeta saber, mendigar de porta em porta o pão do dia seguinte.

Em 1580, em Lisboa, assistiu à partida do exército português para o norte de África. Faleceu, vítima da peste, a 10 de Junho desse ano, numa casa de Santana, em Lisboa, e o seu enterro, numa das igrejas das proximidades, foi feito a cargo de uma instituição de beneficência, a Companhia dos Cortesãos.

Na campa rasa estava inscrito este epitáfio significativo: "Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu." Os seus restos encontram-se actualmente no Mosteiro dos Jerónimos.

No dia da sua morte comemora-se o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.

Recolha e Organização: Prof.ª Verónica Carvalho


FONTES:

http://cvc.instituto-camoes.pt/literatura/camoes.htm (Literatura Portuguesa - Camões)
http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-camoes/doc_details.html?aut=182 (Os Lusíadas em PDF, Leitura, Prefácio e Notas de Álvaro Júlio da Costa Pimpão. Apresentação de Aníbal Pinto de Castro. Biblioteca Digital Camões, Instituto Camões, 4.ª Edição 2000
http://fredbar.sites.uol.com.br/camo1.html (Estudo de ‘Os Lusíadas’)
http://purl.pt/1/2/ - Biblioteca Nacional Digital - Os Lusíadas , - Edição de 1572, conhecida por edição "Ee".


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