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Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


Colabore nos Projetos "Autor do Mês..." (Para saber como colaborar deverá ler a mensagem de 20 de fevereiro de 2009) e "Leituras Soltas..."
(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


Não se esqueça, ainda, de ler as regras de utilização do
BlogBESSS e as indicações de "Como Comentar.." nas mensagens de 10 de fevereiro de 2009.


A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


domingo, 9 de dezembro de 2012

Amor de Perdição: uma reactualização do trágico na literatura

Trabalho realizado por Bruno Pereira, 11º I, 2012/13

 Prof. João Morais

A obra Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, fala do amor proibido entre Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, membros de famílias rivais da cidade de Viseu, que incorrem no desafio dos limites (hybris). É uma novela trágica, na qual os protagonistas enfrentam difíceis provações com o objetivo de alcançar a felicidade no amor – o amor espiritual, que poderá ocorrer apenas após a morte (post mortem).

Como traço da estrutura trágica de Amor de Perdição, atentemos no destino trágico do triângulo formado por Teresa, Simão e Mariana.

Teresa, jovem apaixonada, enfrenta vários obstáculos que tenta superar para a realização desse seu amor. Um desses impedimentos é o seu pai, Tadeu de Albuquerque, que pretende casá-la com Baltasar Coutinho, primo da jovem (“Vais hoje dar a mão de esposa a teu primo Baltasar, minha filha […] conhecerás que a tua felicidade é daquelas que precisam ser impostas pela violência”). Não conseguindo que a filha concorde com tal matrimónio encarcera-a num convento – inicialmente em Viseu enquanto esperava por ser admitida no de Monchique, no Porto –, o que leva a que ela se afaste do seu amado. Por desafiar a autoridade do seu pai, o sofrimento de Teresa e de Simão aumenta (pathos), o que se encontra bem patente na correspondência epistolar entre os jovens, por exemplo, no capítulo VII: “Ama-me assim desgraçada, porque me parece que os desgraçados são os que mais precisam de amor e de conforto”.

Ao lado da narrativa, vão surgindo notações do fatalismo (ananké), que marcou a vida de Simão, por exemplo o risco de morte à nascença (“Morto me disseram que tinhas nascido […]”).

Após algumas peripécias, Teresa continua no convento, Simão é preso por assassinar Baltasar Coutinho e é enviado para o desterro na Índia como pena pelos seus atos, acentuando-se, deste modo, o sofrimento, que atingirá um ponto culminante: a morte dos amantes (climax). Já no momento em que Simão embarca no navio que o levará para a Índia, recebe a notícia de que Teresa faleceu. É sobretudo no capítulo XX que ocorre a anagnórise e a peripécia, respetivamente o reconhecimento e a mudança do rumo dos acontecimentos. Após a morte de Teresa, é Simão quem morre vitimado de febre e delírio, tal como Mariana, que, desgostosa pela morte do seu amado, se lança às “envoltas águas do mar”, ocorrendo, assim, o desenlace (catástrofe). Devido ao desafio dos limites pelos heróis trágicos, dá-se o seu aniquilamento de modo a reestabelecer o equilíbrio inicial.

Em suma, reatualiza-se, de facto, uma estrutura trágica em Amor de Perdição, dado que as personagens seguem irrefletidamente os ímpetos do seu coração. Há uma intervenção de forças que transcendem o indivíduo e que o dominam. Perpassa toda a obra a emblemática duma paixão devida à não observância das conveniências e regras sociais.

   Bruno Pereira

 

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