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Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


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(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


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PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

A educação n’ Os Maias e os seus efeitos ao nível das intrigas e da crónica de costumes

Trabalho realizado pela aluna  André Menezes, 11º F, Maio 2013

Prof. João Morais

      Os Maias têm uma vertente de literatura de combate, que se traduz na crítica à sociedade portuguesa, com a qual Eça pretende combater defeitos. Esta vertente é observável nos episódios da crónica de costumes, mais concretamente na caracterização das personagens tipo, que reúnem as características e defeitos das classes que representam. Para além destes tipos, Carlos, a personagem central da obra, ilustra igualmente a vertente de denúncia ideológica, que é transversal a todo o romance, publicado em 1888.
      Não se tratando de uma personagem tipo, já que evolui e tem densidade psicológica, dele são feitas diversas críticas e denúncias pelas deficiências representativas de uma mentalidade.
       Por um lado, é através de Carlos que, por comparação a outros seus conterrâneos, se critica a educação portuguesa. Foi educado segundo os costumes ingleses, sendo valorizados a atividade física, as línguas vivas, o sentido prático da vida, a moral baseada em valores eminentemente humanos e não religiosos. É um jovem saudável e forte, com grandes aptidões intelectuais. Por outro lado, a educação portuguesa, baseada na cruz e no catecismo, na falta de exercício físico, promove a compleição fraca e enfermiça, como será o caso de Pedro da Maia e de Eusebiozinho.
       Concorre, porém, com a educação à inglesa do jovem Maia um forte anátema da classe portuguesa alta – o diletantismo. Ao longo da obra, Carlos, bem como Ega, mostra-se superior aos seus compatriotas, tanto ao nível intelectual como cultural, não se contendo nas críticas à sociedade portuguesa que um olhar superior autoriza. Porém, quando confrontado com uma oportunidade de fazer algo útil, abandona rapidamente os projetos, após um breve período de entusiasmo. Deste modo, Carlos é um inegável exemplo de que o país não evolui: os que têm a capacidade para fazer algo de bom nada fazem.
       Por outro lado, Pedro da Maia e Eusebiozinho representam os efeitos que a educação à portuguesa produz nas personagens ao longo do seu percurso vivencial. A fragilidade genética do primeiro é corroborada pelo protecionismo e pelo conservadorismo de Eduarda Runa. Transformar-se-á num fraco que, perante as adversidades da vida, soçobrará. O suicídio será o fim inevitável de uma tristeza resultante da fuga da Monforte com Tancredo, ao nível da intriga secundária, contrastando com o caso de Carlos, que, ao nível da intriga principal, mesmo nas adversidades, soube recorrer a estratégias diferentes para encarar as adversidades.
       Eusebiozinho será igualmente vítima da educação à portuguesa. A sua baixa estatura moral, decorrendo da aprendizagem de um catecismo decorado e babujado para alegria da titi e da mamã e não da assimilação de princípios e valores eminentemente humanos, será ilustrada na sua interação com prostitutas e com atos vis como o facto de ser intermediário no episódio do jornal «A Tarde», com o propósito de se vingar de Carlos, dum modo cobarde.
       É através destes aspetos que se pode concluir que, de facto, Os Maias apresentam uma vertente de literatura de combate, na forma da crítica à sociedade, procurando a obra fazer rever ideias e mentalidades num leitor que se pretende não seguidor das personagens que prevaricam no largo leque da sociedade lisboeta da segunda metade de Oitocentos.

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