O BlogBESSS...

Bem-Vindos!


Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


Colabore nos Projetos "Autor do Mês..." (Para saber como colaborar deverá ler a mensagem de 20 de fevereiro de 2009) e "Leituras Soltas..."
(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


Não se esqueça, ainda, de ler as regras de utilização do
BlogBESSS e as indicações de "Como Comentar.." nas mensagens de 10 de fevereiro de 2009.


A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


sexta-feira, 15 de abril de 2016

A conceção de herói n’Os Lusíadas



          O herói d’Os Lusíadas é coletivo: trata-se duma parte do povo português que, ao longo da sua história, realizou obras excecionais, distinguindo-se pelo mérito e pelos seus valores.
A epopeia de Camões define um modelo de heroísmo. O herói corresponde a um ideal humano, estando ao serviço do rei, de Deus e da sua comunidade. Ascende a este estatuto aquele que, pelo mérito, pelas suas virtudes e pelos atos realizados, ultrapassa a sua condição de homem e se eleva a um plano superior. O herói conseguiu superar a sua fragilidade humana, passando por dificuldades tanto na guerra como no mar (Canto I, est. 106: «No mar tanta tormenta e tanto dano / (...) Na terra tanta guerra, tanto engano»), acabando por demonstrar a sua coragem e persistência face aos obstáculos.
Camões também reflete acerca da posição dos seus contemporâneos face às artes e às letras. O poeta destaca o papel didático e cívico do canto, que, ao imortalizar os heróis, incentiva as gerações seguintes a procurarem ultrapassar a grandeza dos seus feitos (Canto V, est. 92: «Qualquer nobre trabalha que em memória / Vença ou iguale os grandes já passados»). Lamenta a falta de cultura dos portugueses, que, apesar de bravos e destemidos, não valorizam a poesia e são insensíveis, pois «quem não sabe arte, não na estima» (Canto V, est. 98: «(...) a ventura / Tão ásperos os fez e tão austeros»), ao contrário do que sucedia com os guerreiros da Antiguidade (Canto V, est. 93-96: «E as armas não lhe impedem a ciência; / Mas, nũa mão a pena e noutra a lança»). A falta de interesse poderá levar ao desaparecimento do canto épico em Portugal, o que impedirá o aparecimento de novos heróis (Canto V, est. 98, vv. 1-4).
O poeta apresenta-se a si próprio como um exemplo da concretização do ideal de heroísmo definido no Canto V, na medida em que concilia os feitos guerreiros com a cultura. Ele evoca episódios da sua vida marcados pelas dificuldades e aponta para o facto de nunca ter deixado de cantar os feitos grandiosos dos seus concidadãos (Canto VII, est. 79-80: «A Fortuna me traz peregrinando, / Novos trabalhos vendo e novos danos»; «Nũa mão sempre a espada e noutra a pena»). Lamenta ainda a ingratidão de que tem sido alvo por parte dos portugueses, que não reconhecem o seu mérito pela elaboração de uma epopeia nacional (Canto VII, est. 81-82: «Trabalhos nunca usados me inventaram»; «Que assim sabem prezar, com tais favores»). Finalmente, anuncia aqueles que excluirá do seu canto: os que antepõem os seus interesses aos do rei e do bem comum, os ambiciosos, os exploradores do povo e os que praticam a injustiça (Canto VII, est. 84-86). Apenas cantará aqueles que arriscam a vida pelo Rei e pela Pátria (Canto VII, est. 87, vv. 1-4).
O herói apresenta ideias nobres e menospreza os valores mundanos do dinheiro e do poder. Camões denuncia a excessiva importância dada ao dinheiro, o qual tem o poder de corromper o ser humano, independentemente da sua classe social (Canto VIII, est. 96: «Quanto no rico, assi como no pobre, / Pode o vil interesse e sede imiga / Do dinheiro, que a tudo nos obriga.»). O poeta recorre à mitologia greco-latina para demonstrar os vários efeitos do dinheiro (Canto VIII, est. 97), afirmando que este incita à traição, à injustiça, à tirania e à hipocrisia, e corrompe as consciências (Canto VIII, est. 98-99).
Em suma, Camões glorifica os feitos admiráveis do herói d’Os Lusíadas, os portugueses ilustres, principalmente na guerra, imortalizando-os no processo ao difundir as suas ações heróicas através da escrita. Por outro lado, também exprime críticas em relação aos seus defeitos, nomeadamente a sua atitude de falta de apego aos valores espirituais.


Autora: Oleksandra Sokolan, 10ºC 

Prof. João Morais

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