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Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


Colabore nos Projetos "Autor do Mês..." (Para saber como colaborar deverá ler a mensagem de 20 de fevereiro de 2009) e "Leituras Soltas..."
(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


Não se esqueça, ainda, de ler as regras de utilização do
BlogBESSS e as indicações de "Como Comentar.." nas mensagens de 10 de fevereiro de 2009.


A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


terça-feira, 6 de novembro de 2018

Caeiro: das sensações à natureza e à dor de pensar no ortónimo


Segundo a carta de Fernando Pessoa a Casais Monteiro, a 13 de janeiro de 1935, Alberto Caeiro é uma das personagens fictícias arquitetadas e a quem foram atribuídas uma biografia, uma fisionomia e uma obra. Nos poemas de Caeiro, com uma escrita simples e espontânea, é visível a valorização máxima das sensações que o sujeito poético experimenta bem como a relação de harmonia que estabelece com a natureza. Estes ideais são transversais à grande maioria dos poemas deste heterónimo e surgem integrados numa doutrina que o sujeito poético dirige e tenta seguir impreterivelmente. 

Tal como sugere uma das mais conhecidas obras de Caeiro, O Guardador de Rebanhos, o sujeito poético declara-se pastor por metáfora (“Minha alma é como um pastor,/ Conhece o vento e o sol/ E anda pela mão das Estações/ A seguir e a olhar” – vv. 3-6 do Poema Primeiro de O Guardador de Rebanhos). Desta forma e à semelhança de um pastor, a relação que estabelece com a natureza é essencial para a uma existência serena e despojada de qualquer sofrimento, assim surgem repetidamente palavras do campo lexical da natureza (“O que é preciso é ser-se natural e calmo” – v. 14 do poema XXI de O Guardador de Rebanhos). 

Porém, esta comunhão entre o sujeito poético e a natureza só é passível de ser estabelecia através da supremacia das sensações. Estas é que conferem ao sujeito poético a capacidade de apreender na sua plenitude a realidade que o rodeia e experimentar a felicidade (“Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,/ Sei a verdade e sou feliz.” – vv. 13 e 14 do poema XXI de O Guardador de Rebanhos). Assim, o primado das sensações assume um papel central e fundamental para o bem-estar do sujeito poético resultando na vivência em sintonia com a natureza na sua variedade. 

Enquanto, na poesia de Fernando Pessoa ortónimo o sujeito poético se cinge ao exercício da razão e, por isso, experimenta uma angústia existencial, na poesia de Caeiro, ocorre o contrário. O sujeito poético goza somente das sensações perspectivando o aniquilamento total de todo tipo de pensamento, como forma de fuga à dor e ao sofrimento (“Sei isto porque os meus sentidos mo mostram.” – v. 19 do poema “Dizes-me: és mais alguma cousa” da obra Poemas Inconjuntos). Deste modo, os seus pensamentos, tal como todas as abstrações que o invadem, reduzem-se às sensações, ou seja, ao uso axiomático dos sentidos (“E os meus pensamentos são todos sensações” – v. 3 do poema IX de O Guardador de Rebanhos). 

Em suma, como criador do Sensacionismo, Alberto Caeiro destaca, de forma inigualável, a supremacia das sensações, vivenciadas pelo sujeito poético e indissociáveis do bucolismo, característico nas suas obras. É, então, através do gozo das sensações que o sujeito poético apreende tudo o que o rodeia, que perceciona a realidade e vive em comunhão com a natureza, abandonado o exercício da razão de forma a evitar todo o tipo de sofrimento e a usufruir de uma tranquilidade que lhe é inerente.

Autora: Teresa Martins Abrantes (12º A)
Prof. João Morais

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