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Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


Colabore nos Projetos "Autor do Mês..." (Para saber como colaborar deverá ler a mensagem de 20 de fevereiro de 2009) e "Leituras Soltas..."
(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


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BlogBESSS e as indicações de "Como Comentar.." nas mensagens de 10 de fevereiro de 2009.


A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


terça-feira, 6 de novembro de 2018

O pensar enquanto ato transversal na poética de pessoa ortónimo


Na obra de Pessoa ortónimo o poeta encontra-se num conflito constante entre o pensar e o sentir, pois ele é um ser que é racional e consciente, mas não consegue alcançar a felicidade nem o que idealiza. Assim, o pensar está presente nos textos com vários temas que o ortónimo explora. 

Quanto ao tema do fingimento artístico, o poeta diz que, para escrever poesia, tem de se utilizar a imaginação sendo o fingir algo obrigatório. Assim, o poeta finge dado que intelectualiza as emoções utilizando a Razão, tal como escreve em «Autopsicografia», deixando que sejam os leitores a sentir, como diz no poema «Isto», poema no qual o sujeito lírico leva mais longe a prevalência do pensar sobre o sentir: «Sentir? Sinta quem lê!». Sentir é um ato menor que ele despreza e recusa ter. 

Relativamente ao tema da dor de pensar, o uso excessivo e contínuo da sua inteligência leva-o a sofrer. No entanto, o pensar e a intelectualização dos sentimentos já é tão intrínseco que ele já não consegue sentir sem pensar, como diz em “Ela canta, pobre ceifeira”. Devido a esta infelicidade, o poeta deseja muitas vezes a inconsciência, pois vê que traz felicidade, mas não quer abdicar da sua consciência, como está ilustrado no poema “Ela canta, pobre ceifeira”. O exercício do pensar também concorre para a fragmentação do “eu”, como se mostra em “Gato que brincas na rua”, levando a que o poeta sinta dor: «Eu vejo-me e estou sem mim.». 

No que se prende com o tema do sonho e realidade, o poeta tenta fugir da realidade através do sonho, que se constrói utilizando a imaginação, mas, ao ter de se recorrer ao pensar para sonhar, o sonho desvirtua-se, como está explícito em “Não sei se é sonho, se realidade,”. Neste tema, também está presente a frustração que o sujeito lírico experimenta ao nunca conseguir concretizar aquilo que idealiza, como expõe em “Tudo o que faço ou medito”. 

Igualmente, nos textos cujo tema é a nostalgia da infância, o poeta diz que deseja voltar à sua infância uma vez que nesse tempo era feliz, pois era inconsciente e inocente, como refere em “Não sei, ama, onde era;”. Agora, na idade adulta, só por pensar sofre, como nos mostra em “Quando era jovem, quando tinha pena”. Assim, vive triste porque sabe que a infância está irremediavelmente perdida e, com ela, a felicidade, como nos expõe em “Maravilha-te, memória”. 

Concluindo, o pensar é estruturante na poesia do ortónimo sendo a razão para a sua dor. Através da razão, o poeta percebe que não se conhece, que é um ser fragmentado logo resta-lhe sofrer. Se começa por ser um meio para se conhecer a si e o mundo, o pensar acaba por constituir ironicamente a razão da angústia existencial, que igualmente é transversal à poética de Pessoa ortónimo.

Autora: André Cotrim
Prof. João Morais

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